24 de mar. de 2010

Incompleta



Ás vezes você se sente assim, completamente preenchida e mais, talvez transbordando, e sente como se tudo fosse mais perfeito e mais surreal nessa realidade. E você fica lá feito pão mergulhado em leite, inchada, cada poro cheio e entupido de puro amor viscoso. Mas de repente - mas talvez não seja assim tão de repente - de repente você sente o amor escorrendo pelas extremidades; sente o amor pingando dos dedos e escorrendo dos olhos; sente o amor correndo pelas veias e explodindo nas cicatrizes dos pulsos: f u g i n d o d e v o c ê. E aí você vê que não tem mais o quê fazer, que se antes você tinha tudo e tudo tinha você, se antes a presença involuntária disso era o motivo do sorriso estampado na sua cara, hoje é o veneno que o seu corpo tenta expelir.
E mesmo que você não queira, mesmo que você não ache certo ferir alguém assim, mesmo que você não ache justo ser uma filha-da-puta a descartar mais um rapaz como todos os outros que você jurou amar, você não tem o que fazer.
Você simplesmente deixa ele ir embora de você como veio: sem fazer barulho.

13 comentários:

Murilo Araújo disse...

CA-RA-LHO!

muito bom.... muito mesmo...
fritando nos pensamentos por aqui...

Dalton Mesquita Filho disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Dalton Mesquita Filho disse...

te encontrei pelo orkut e depois descobri seu blog, cara, sou seu fã, sério.. você escreve muito bem, e as fotos...nem se fala. Seguiindo :)

Beijos

a disse...

Eu sou sua fã demais, namoral...

Lindo, lindo, lindo texto.

Moíra disse...

Na entrega muitas vezes nos esquecemos que o outro não é nosso mundo, mas sim faz parte dele. Vice-versa.

Bruno Carvalho disse...

Assustador como o silêncio e delicioso como o pecado.

Mais um texto de qualidade inquestionável.

Parabéns anônima Sophia

Um abraço,
Bruno Carvalho

thiê disse...

é, eu realmente gostei disso tudo aqui... ^^

go johnny, keep walking...

aLexiis disse...

Tal qual abrir comportas de represa: transborda, pra depois voltar ao normal.

Mónica Lacerda disse...

sem fazer barulho

Malu Ortolan disse...

cara, me senti um pão mergulhado em leite OO'

me cativou, voltarei aqui =]

Ceres disse...

Não acho que serias uma filha-da-puta só por deixar alguém partir...

você se expressa bem, aparecerei mais, certamente.

Pequena Poetiza disse...

simplismente arrepiei com tuas palavras
muito lindo

beijos

Anônimo disse...

Adorei seu blog, amei este texto!

Parabéns!