3 de ago. de 2008

Quimera

Minha vida é procurar incansavelmente por uma metade.
Cada rosto que eu vejo, cada olhar que eu fito, o faço na vã esperança de reconhecer aquele que um dia chamarei de meu.
Um par.
Mas espero em vão... espero, e esperar tornou-se minha metade temporária.
É triste perceber isso, perceber que perco meu tempo ansiando por algo que não sei ao certo o que é. Ou se existe.
Mas é essa ânsia que me sustenta, que me afaga, que me consola. A ânsia de chama-lo de meu bem, a ânsia de reconhecer nele a parte que faltava em mim.
Enquanto espero, e ah, como eu espero, vou contando os passos, os dias e as horas. Vou contando as nuvens eternas que me observam no azul do céu.
Invento amores platônicos, escrevo rimas insensatas, canto melodias inexistentes.
E guardo as histórias que lerei pra ele um dia, e ele rirá delas, ele rirá de mim enquanto diz que eu pareço um esquilo.
Eu serei o esquilo dele e ele meu menino-sol. E nós caminharemos nas calçadas de mãos dadas, enquanto chove fininho, ele recitando Neruda e eu bebendo coca-cola.
E seremos assim, dois-em-um, pra sempre. Minha vida sendo colorida pelos seus lápis, cada dia de uma cor.
"Serei...serás...seremos"
E meus poemas terão, enfim, sentido.
E minha vida terá, enfim, sentido.

2 de ago. de 2008

Sarau na Via Láctea

Eu
Astronauta a divagar
Em devaneios coloridos
No céu de infinitos astros
No céu de infinitos nãos
Vagueando pelo espaço
Procurando por um fim
Ou talvez pela certeza
De perder-me
Dissolver-me
Em gotas, fios e faces

Eu
Cosmonauta a flutuar
Em sonhos decapitados
No seu de infindáveis sons
No seu de infindáveis sims
Navegando na galáxia
Tão cansada de mudar
Transmutar-me
Transformar-me
Nesse brilho tão sem vida
E nessa vida tão sem brilho!

27 de jul. de 2008

Meu

Meu prazer etéreo
Meu não resistir ao teu sorriso de sol fugaz que me suga e me afoga nas tuas ondas
Meu suspirar ao fitar o teu semblante de Eros, teu olhar de anjo disfarçado
Oh, por que não suspiras assim por mim?
Por que não ler o que trago tatuado em meu olhar?
Decifra minha partitura e me canta, ou devolve o pedaço de alma que perdi na primeira vez que meu olhar deitou no teu.




Sophia Anônima

26 de jul. de 2008

Micropoema da indagação

Eu só queria saber
Mesmo que o motivo seja frívolo
Mesmo que a razão seja vã
O porquê dessa busca incansável dos porquês
Apenas me diga
Eu só queria saber



Sophia Anônima

Como haverá de ser

Tu poderás ser
O meu rei
E eu, tua rainha
Entre tantas operárias
Eu serei teu par, teu bem
Pra sempre, por onde for
E assim, nós dois
(Como haverá de ser)
Seguiremos sozinhos
Com as nossas sombras seladas
Entrelaçadas
Em um beijo finito
Mas isso
Se meu sono pesado
Não me roubasse dos devaneios
Ah, como eu queria!
Ver o sol nascer em um dia nublado
Junto
A
Ti
Até dormir de novo.




Sophia Anônima

Espectro

No meio do nada
Você apareceu sorrindo
Seu mais bonito sorriso de sol
Como uma luz que cega, eu notei
E você parecia azul
Só que quando eu cheguei perto de ti
Você era arco íris
Colorido demais pra meus amores
Sempre monocromáticos!
Desisto.
Vou revirar o baú dos amores antigos
A procura do teu sucessor
E ele há de ser de todo cinza
Pra não me lembrar você
Tuas cores
Teus significados.




Sophia Anônima

Oi :D

Olha, olha, tenho centenas de poemas pra postar. Ando produzindo muito no meio das provas, sabe? hehe
Como quase ninguém lê isso daqui, vou postar logo tudo de vez!
Beijos pra quem lê, e pra quem não lê também! :D

13 de jul. de 2008

E no segundo que antecede o ósculo, eu fitarei suas pálpebras semi-cerradas e compreenderei no mesmo instante, que você significa pra mim muito mais do que posso prever. Você é uma armadilha. A reencarnação do meu mais profundo amor. Mas aí já será tarde. Estarei irremediavelmente apaixonada por você.

3 de jun. de 2008

Serei

Essa noite serei esfinge
E devorarei a tua carne
Saboreando os teus risos
E mastigando os teus suspiros

Essa noite serei serpente
E me enrolarei em teus cabelos
Sufocando os teus sonhos
E envenenando a tua boca sedenta de mim

Essa noite serei carrasco
E te torturarei a alma semi-nua
Açoitarei teus desejos e sonhos
Enquanto arranho o teu peito arfante

Serei soberana do teu mundo
E tu serás o meu escravo
Meu servo, meu vassalo
Subjulgado ao meu querer

Tudo que escutará essa noite
Serão os murmúrios da minha voz faminta
E o que verás, meu querido
Será o brilho louco do meu olhar

Pois tu serás meu
Ao menos por esta noite...



Sophia Anônima

Declarações metafóricas de uma garota-passarinho


Eu sou fragmentos de tudo que gosto sinto e vejo
Sou sinestesias, metáforas e antíteses.
Sou símbolo. Cores. Moldes.
Sou o gosto da fruta que gosto
Sou o doce do doce de coco
Sou afagos e gracejos
Eu sou um beijo!
Sou o sol, sou o mar, sou o sal
Sou a sede que mato
Sou um copo de água fresca!
Eu sou eclipses, sou reflexos
Sou canções
Sou uma dança, um solo de piano
Eu sou um grito calado
Uma estrada, um jardim
Sou lendas e histórias
Sou contada, lida e rida
Eu sou o fim!
O início e o meio de cada
Livro, eu sou as letras
Sou um fim de tarde no verão
Eu sou um não!
Dito após um sim...
Eu sou outrora, sou porém
Sou quanlquer nota de rodapé
E no meu prólogo sempre tem
Lugar pra mais uma interjeição
Pois sou tudo que vejo, sinto e gosto
E tudo cabe numa mão!


Sophia Anônima

Nãomais

As palavras não mais importam
Cansei de sinestesias e de rimas pobres
Sonetos? Não sei metrificá-los
As frases me trairam e
Os pensamentos fugiram de mim
Pois as melhores coisas já foram pensadas por alguém
Eu só tento rumina-las
Em vão
Não leia mais as minhas besteiras
Nem finja que te agrada o meu sentir
Pois nem a mim agrada mais
Já que são ocos e cheios de vácuo!
Ignore-me, ainda há tempo
Fuja dessas linhas sórdidas
Que escrevi sem querer escrever.



Sophia Anônima

4 de mai. de 2008

Amélia

Ela caminhava com pressa por uma larga avenida cercada de prédios altos.O cinza, como um grande monstro, parecia que iria engolir à cidade.
Mas ela não reparava nisso agora. estava com pressa! Muita pressa! Essa sua vida corrida... tantos problemas! Marido, filhos, trabalho. Tanta coisa pra se preocupar.
E ela ali, parada na calçada, esperando o sinal fechar pra tentar atravessar a rua. Verde, amarelo, vermelho.
- Leonora, meu amor!
"Devo estar mesmo louca" pensou. No meio da faixa de pedestres, parado em frente à ela estava um jovem rapaz.
Lindo, loiro e... montado em um cavalo branco. Espantosamente branco. E a estava chamando de meu amor!"Deve ser aquele remédio para os nervos" pensou, enquanto ria nervosamente.
- Por Deus minha amada, eu te procurei por tanto tempo!
- O...Oi?
- Não está me reconhecendo Leonora? Sou eu, Sir Edward Von Hustien, conde de Annemasse, seu futuro esposo!
- Como? Mas eu...
- Vamos minha querida, vou leva-la de volta para o seu castelo, onde em breve nos casaremos!
Amélia respirou profundamente. Se aquilo era uma brincadeira, o pessoal da firma ia pagar caro! Mas se não fosse...Pensou nos filhos bagunçando toda a casa e no marido gritando
para ela adiantar a janta. Pensou nas milhares de horas extras que precisava fazer para completar a renda da família. O nome dela não era Leonora e nem nunca tinha ouvido falar
em nenhuma Annemasse... Mas, quem sabe ele não tinha confundido ela com alguma prima distante? Seu pai disse uma vez que eles tinham parentes lá pras bandas do Ceará...
Que se dane!
Subiu no cavalo branco ajudada pelo belo conde e partiu em direção à Annemasse, (que não ficava no Ceará, como ela suspeitava, mas sim no sul da França) onde viveu feliz para sempre. Até perceber que uma casa com 4 cômodos era mais fácil de se arrumar do que um castelo de 47. E de que quando o conde bebia licor de cereja ficava muito chato. E gay.




Moral da história:
Amélias sempre serão mulheres de verdade. Até em Annemasse.

26 de abr. de 2008

Poemeto Descritivo

Seu sorriso,
Melaço de cana, mel de abelha
Doce como o céu.
Seu olhar,
Samba-enredo, canção de amor
Partituras ilegíveis
Você, mar revolto
Ninho de beija-flor,
Ambrosia, noz moscada
Minha quimera, meu jardim secreto
Meu segredo.


Sophia Anônima.

12 de abr. de 2008


"Há muito tempo atrás, no reino subterrâneo, onde não existe mentira, nem dor, vivia uma princesa que sonhava com o mundo dos humanos. Sonhava com o céu azul, a brisa suave e o brilhante sol. Um dia, burlando a segurança, a princesa fugiu. Uma vez no exterior, a luz do sol a cegou e apagou de sua memória qualquer indício do passado. A princesa esqueceu quem era, onde vivia, seu corpo sofreu frio, doença e dor. E ao passar dos anos, morreu. Mas seu pai, o rei, sabia que a alma da princesa voltaria, talvez em outro corpo, em outro tempo e em outro lugar. E a esperaria até seu último momento, até que o mundo deixasse de girar."


El Labirinto del Fauno - Gillermo del Toro



P.S.: Essa foto seria o monstro comedor de criancinhas. Mas olha que simpática eu sou, coloquei até cílios nos olhos dele!

Olhares Vazios

Ando colecionando olhares. É, olhares. Tem pessoas que colecionam cartas, chaveiros, selos. Outras colecionam amores. Eu não. Eu coleciono olhares. De todos os tipos: olhares de dor, de desejo, de preocupação, de gratidão. Olhares apaixonados, rancorosos, olhares vazios. Ah! Os olhares vazios! São os meus prediletos. Dentro deles consigo enchergar a alma nua das pessoas. Como? O olhar de um jovem apaixonado, por exemplo. Nos olhos dele não existem só a sua alma. Já se misturou a da amada, estão fundidas, amalgamadas. Ou àqueles olhos tristes da mocinha. Lavados com dor e lágrimas. Alma lavada não é uma alma nua. Acaba virando uma alma nova.
Mas isso não acontece nos olhares vazios. A alma está ali, pura, virgem, esperando para ser delicadamente analisada. Quase posso pegar nos braços as almas que vejo nesses olhos.
Leves, puras, liliáceas.
Mas eu não tenho o poder de arrancar almas, por sorte. Nem o queria.
Mas posso capturar olhares. De preferência, vazios.


Sophia Anônima.





6 de abr. de 2008

Para Paola

Teu Assoneto Primaveril

Vali-me de um neologismo para intitular teu poema
Pois de soneto, tem somente a vontade.
Usei-o, pois, queria escrever algo belo e sincero
Bem, sincero ele será, porque é teu,
E as palavras não mentiriam para ti .
Mas não posso esperar que seja bonito como teus olhos,
Ou que brilhe como eles
Isso seria uma utopia!
Então espero que seja ao menos fresco como a brisa da manhã,
E doce como fruta madura que floresceu na primavera
Aliás, com quantas primaveras se faz uma boa amiga?
Canto e conto dezessete vezes
Mas bem sabes que não sou boa com números
Senão, dar-te-ia uma equação!
Ousei assim, usar as palavras,
Palavras que me encantam e falam por mim
Mesmo quando não sei bem o que dizer.
Se essas frases tolas a fizerem sorrir
Ou que a alegre, pelo menos, por instantes
Juro que lhe escreverei mil vezes dezessete vezes
Pois teu sorriso é minha quimera
E é a ele que dedico o teu poema.
Tão teu, que as letras já saem endereçadas
Prontas para brindar-te a vida
Pois sem ti, Paola, elas não teriam razão para existir
Já que só existem para regar as flores das tuas primaveras.


Sophia Anônima

Palavras

Palavras. Nada além de palavras.
Palavras que voam com o vento e se dissolvem no céu da boca,
Doce como o arco-íris.
Palavras que brincam, dançando no pensamento,
Como pequenas bailarinas a girar...
Palavras que se escondem, que se prendem, que se evaporam no ar, desmanchando-se em cores e sabores.
Palavras que deixo escapar dos nós frouxos dos meus dedos fracos, palavras cujo destino incerto em não tive tempo, sequer, de traçar...


Sophia Anônima.

Antologia poética de uma garota-passarinho


Olá.

Comunico que para a felicidade de alguns e a indiferença de poucos, vou começar a reunir aqui a minha "coletânea" de ideias e poeminhas mal escritos, alguns textos de poetas, cronistas e escritores que eu gosto, e umas fotos que eu ando tirando. Estou viciada em tirar foto do céu, seja lá como ele esteja. Estranho não? E passei o feriado da Páscoa inteiro tirando fotos do jardim. Fotografia é algo tão lindo! E tem os desenhos também. Juro que melhorei! Só falta tempo e paciência para digitaliza-los na casa de Dinda.


Bem, espero que gostem desde já.

:D





Ouvindo: The Cure - Boys Don't Cry


20 de mar. de 2008

Odeio aniversários ímpares

Pois é, ontem eu fiz 17 anos ;D
Seria lindo, maravilhosamente lindo, se essa semana não tivesse sido tão terrível como foi.
É sempre assim!
Meus aniversários ímpares nunca saem do jeito que deveriam sair...
O de 15 anos, foi um maravilha. Passei a noite do aniversário, tomando soro na veia por conta de uma infecção intestinal provocada por um queijinho na brasa(hohoho). Na verdade, o médico da emergência suspeitou até de apêndicite, nem sei se foi isso mesmo! O que importa é que passei uma parte da noite do meu anivérsário internada, e tive que ligar pra todos os meus coleguinhas para desmarcar a minha pizza :(
E esse ano... Bem, não foi tão ruim quanto eu pensei que seria, mas não foi tão bom quanto deveria...
Na terça tive que ir na emergência por conta de uma dor de cabeça infeliz que não queria me deixar em paz. Resultado: Faringite. 1 semana tomando antibiótico.
Lindo não é?
Bem, e tem outros detalhes que me irritaram no dia do meu aniversário.
Conselho de amigue (hihi): Não se acostumem. Nunca.
Até se apaixonem, vá lá, mas nunca se acostumem. É a pior coisa que se pode acontecer.
Bem, não se incomodem em me desejar feliz aniversário. Já passou, e não foi tão feliz assim.
Só prestou mesmo por causa das meninas. Estar com elas sempre é bom, mesmo quando só se consegue pensar em outra coisa.

Ouvindo: Nada
Quem consegue ouvir alguma coisa quando tem um turbilhão de pensamentos martelando na cabeça?

Beijosnãomeliguem
Em hipótese alguma.

17 de fev. de 2008

Algumas décadas depois...

Bem, aqui estou eu novamente. Não sei por quanto tempo desta vez, talvez por menos ainda, já que esse ano tem vestibular :/ E eu preciso passar na UFBA! Ou seja, nada de internet na semana e raramente aos sábados...
Pois bem. Hoje na casa de Paola eu estava olhando o blog dela e resolvi dar um up no meu. Não sei bem ao certo porque, acho que sinto falta de escrever um pouco. Então me perdoem se eu escrever algo imbecil aqui, nem sempre a gente tem vontade de escrever coisas bonitas. Ou coisas alegres.
Ah, e já vão perdoando os eventuais erros de português. Eu geralmente tento não errar, mas a cabeça as vezes prega peças na gente. Não dá pra confiar muito na memória em plena era da tecnologia. Vou recorrer sempre que puder ao Aurélio. Ele vem sendo o meu melhor amigo atualmente :)

É só isso por enquanto. Juro que vou tentar escrever coisas úteis e interessantes para entreter vocês. Posso não conseguir. Quase sempre eu não sou tão interessante assim.



Ouvindo: Devagar Com A Louça - Orquestra Imperial

Ouçam Orquestra! :)