26 de out. de 2011

Déjà vu

Eu ontem sonhei contigo
Um lindo sonho contigo
Estávamos os dois de braços dados na praia
Você sorria com dentes de conchas do mar
E me beijava com gosto de sal
Eu podia bem ficar alí pra sempre
Eu podia bem construir uma casa de areia pra nós dois
Onde as ondas bateriam nos nossos pés todas as manhãs
E os peixes brincariam com nossos cabelos
E a luz do sol nos acordaria tão cedo mas não levantaríamos da cama
Porque somos preguiçosos e gostamos de dormi até bem tarde
Eu faria perucas de algas porque não teria alergia
E nós comeríamos peixe assado todos os dias
E carangueijo porque você não teria alergia
Mas o sonho se desfez como um castelo de areia pisado
E eu acordei sozinha e seca
Sem ter você nem perto nem longe
Um vazio do lado direito da cama
Um vazio dentro de mim
Da janela nenhum raio de sol
Nem zoada de jet ski
Só barulho de chuva
Chovia lá fora
E eu tenho certeza que chovia por nós dois

2 comentários:

O Neto do Herculano disse...

No meio de tanta água e companhia,
acorda-se sozinha e seca.
É sempre assim,
e a chuva nosso consolo.

Anônimo disse...

me apaixono pelos seus textos.
sempre.