17 de jul. de 2009

Mulher de Malandro: Souvenir pra Matheus


Mas eu e ele, entre tantos pares, entre tantos outros e outras, humanos ou não, normais ou não - eu e ele temos uma dúzia de estúpidas coincidências não tão casuais assim. Uma cabeça tão cheia de sonhos e ânsias e devaneios e vontades e ilusões que dariam pra preencher uma vida. Eu disse uma? Uma dúzia delas, nem todas medíocres. E só somos dois. (Ou mil, eu me pergunto e sei que ele também). É parecido também o coração vadio e leviano que não cansa de se apaixonar e palpitar e sofrer e sangrar e sarar, quantas vezes necessárias for pra terminar aquele samba que empacou. Esse rapaz canta e escreve e sonha em trabalhar com cinema e sonha em ser alguém, e ele só tem 18 anos, é míope e tem pensamentos vanguardistas clichês que ele jura que não são tão clichês assim. Você ainda vai bater muito com essa cara bonita, meu rapaz, e como vai e eu também vou, e bateremos juntos, quem mandou aparecer na minha vida? Ah sim, ele é temperamental demais. Deliciosamente temperamental. Sabe que eu já vi esse filme antes? Alías, filme não, ele é uma caricatura, o personagem principal do romance burlesco que eu nunca escrevi - nem escreveria. Aquele rapaz boêmio que morre por um ideal(ou por um rabo de saias, mais aplicável ao caso). Mas tem tanto tanto tempo ainda pela frente, e dentre tantos e tantos, ele é igual a mim, estupidamente e não tão casualmente igual a mim: fracassado, iludido e indecente. E ele só tem 18 anos.


"Pense em mim", ele me disse ao se despedir, tão doce... E né que eu cumpri? Pensei. Tanto que te escrevi um presente. Apenas um, senão você se apaixona por mim e aí já viu: nós dois concordamos que seriam frustrações demais.

3 comentários:

Anônimo disse...

Só me resta agradecer por te conseguido entrar nessa vidinha parecida com a minha.

Amanda Oliveira disse...

AI AI AI

Naila de Souza disse...

*suspiros*